Polícia negocia com Funai entrega de adolescentes indígenas suspeitos de participar de estupro coletivo no AM
02/12/2025
(Foto: Reprodução) Polícia Civil investiga estupro coletivo de adolescente indígena
A Polícia Civil do Amazonas negocia com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) a entrega dos adolescentes suspeitos de participar do abuso sexual coletivo contra uma menina indígena de 12 anos, da etnia Kulina em Juruá, no interior do estado. O objetivo é garantir que eles cumpram medida de internação.
Segundo a polícia, todos os adolescentes, também indígenas, já foram identificados. As equipes chegaram aos nomes depois de analisar vídeos gravados pelos próprios suspeitos durante o crime. A investigação aponta que ao menos oito jovens participaram do abuso.
O delegado responsável afirmou, em entrevista ao Jornal do Amazonas 1ª Edição desta terça-feira (2), que, caso a Funai não consiga intermediar a entrega, será montada uma operação para apreender os adolescentes. A comunidade fica a cerca de três a quatro horas de lancha da sede do município.
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"A gente tá trabalhando com a Funai, tem sido uma grande parceria. Essa ação conta com muitas mãos de apoio: temos Polícia Militar, Guarda Municipal local, Polícia Civil comandando os trabalhos, o Conselho Tutelar, que foi fundamental, e a Funai, que tem sido importante para abrir esse diálogo com as lideranças indígenas da etnia Kulina", disse o delegado Paulo Mavignier, diretor do Departamento de Polícia do Interior (DPI) .
O caso
Uma adolescente indígena da etnia Kulina, de 12 anos, foi vítima de estupro coletivo na comunidade Mapiranga no município de Juruá, no Amazonas. A vítima foi resgatada após a mãe procurar o Conselho Tutelar e denunciar o crime.
A Polícia Civil iniciou as investigações e confirmou que os suspeitos filmaram a ação. Nas imagens, a adolescente aparece pedindo socorro enquanto os agressores riem.
Com a repercussão, o delegado Célio Lima, titular da Delegacia Interativa de Polícia de Juruá, mobilizou equipes da corporação. A ação contou com apoio da Polícia Militar e da Guarda Civil Municipal para resgatar a vítima, coletar provas e identificar os envolvidos.
Após o resgate da adolescente, ela recebeu atendimento médico e psicológico em um posto da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai). O delegado Paulo Mavignier informou que a menina foi acolhida em uma rede de proteção.
Delegacia Interativa de Juruá
Divulgação